A Madeira é uma ilha que surpreende a cada curva. Montanhas que se encontram com o mar, miradouros com vistas de tirar o fôlego, estradas cheias de verde e pequenas vilas que parecem suspensas no tempo.
Neste roteiro de 4 dias na Madeira, partilhamos o percurso que fizemos, foi uma viagem em família, com tempo para explorar e aproveitar bem o que a ilha tem para oferecer, mas também com algum tempo para relaxar. É um roteiro perfeito para quem visita a Madeira pela primeira vez e quer ter uma visão completa da ilha.
Dia 1 – O lado oeste da ilha: Calheta, miradouros e Porto Moniz
Chegámos já de noite e fomos diretos para o nosso alojamento na zona da Calheta, para depois começarmos logo a explorar de manhã.
De manhã, começámos o dia na Praia da Calheta, uma das poucas praias de areia amarela da Madeira, sendo Maio não estávamos à espera, mas ainda conseguimos dar um mergulho e aproveitar um pouco a praia.
Aproveitámos também para fazer compras para pequenos-almoços, lanches e alguns jantares em casa, uma vez que ficámos hospedados numa casa com cozinha completa, aproveitámos para poupar um pouco desta forma sem abdicar de conforto.
Depois, seguimos para um almoço com vista para o Atlântico, num dos restaurantes da zona da Calheta, e continuámos a explorar a costa, e fomos parando em vários miradouros:
- Miradouro da Raposeira, em Fajã da Ovelha, com uma das vistas mais bonitas deste dia;
- Farol da Ponta do Pargo, o ponto mais ocidental da ilha;
- Miradouro do Teleférico das Achadas da Cruz, onde é possível descer até à fajã lá em baixo — nós não descemos, mas vale muito a visita pela vista.
Terminámos o dia nas Piscinas Naturais de Porto Moniz, já com o tempo a mudar um pouco. O cenário é incrível, e foi um ótimo ponto final para o primeiro dia. Voltámos por uma estrada mais interior, onde as vacas cruzam calmamente o caminho, um daqueles detalhes simples que tornam as viagens memoráveis.
👉 Dica: Alugar carro é essencial para explorar a Madeira com liberdade. As estradas são boas, e a independência faz toda a diferença.


Dia 2 – Entre o mar e a montanha: vistas incríveis e sabores locais
No segundo dia, começámos pela Praia da Madalena do Mar, rodeada por plantações de bananeiras que cobrem toda a encosta — um cenário muito característico da Madeira.
Seguimos para a Cascata dos Anjos, uma das paragens mais curiosas da ilha, uma vez que a água cai diretamente sobre a estrada!
Depois, foi hora de uma paragem gastronómica na Taberna da Poncha, onde provámos as famosas ponchas, acompanhadas de amendoins.
Da parte da tarde, subimos até ao Miradouro do Cabo Girão, com o seu piso de vidro suspenso a mais de 500 metros de altura, no maior promontório da Europa. A vista sobre o Funchal e Câmara de Lobos é impressionante, a entrada custa 2 euros por pessoa.
Continuámos até ao Miradouro da Eira do Serrado, com uma das paisagens mais marcantes da ilha: o Curral das Freiras, lá no fundo do vale. A pequena caminhada desde o estacionamento vale bem a pena.
E no regresso, visitámos a vila piscatória de Câmara de Lobos, colorida e cheia de vida, para provar as lapas na chapa, um prato típico que não podes deixar de experimentar.
Para fechar o dia, seguimos até à Ponta de São Lourenço, no extremo leste da ilha. Como tínhamos o jantar reservado no Restaurante Abrigo do Pastor, acabámos por não fazer o trilho mesmo até à ponta (relativamente 2 horas de trilho, só de ida), mas já vale muito a pena visitar ali o início da trilha, com vistas incríveis sobre o mar.


Dia 3 – O norte verdejante: Santana, florestas e Pico do Areeiro
No terceiro dia, subimos até ao norte da ilha, com primeira paragem em Santana, conhecida pelas casas típicas de colmo. Apesar de turísticas, continuam a ser um símbolo da Madeira e merecem a visita.
De seguida, explorámos o Parque Florestal das Queimadas, um local encantador e repleto de vegetação exuberante. Há trilhos para todos os gostos, mas mesmo uma curta caminhada já compensa.
A ideia era seguir depois para o Pico do Areeiro, um dos pontos mais altos da ilha, mas o tempo não ajudou: vento, frio e nevoeiro taparam completamente a vista. Mesmo assim, a subida valeu pela experiência e pelo contraste com o clima mais quente da costa.
No fim do dia, regressámos à Calheta e, fomos presenteados com o bom tempo das zonas mais baixas. Então terminámos o dia com mais um mergulho e com um jantar tranquilo em casa, o equilíbrio perfeito entre aventura e descanso.


Dia 4 – Funchal e despedida da ilha
No último dia, arrumámos as malas e seguimos para o Funchal, para conhecer a cidade antes do voo de regresso.
Começámos pelo Mercado dos Lavradores, cheio de cores, frutas tropicais, flores e artesanato típico da ilha, e depois perdemo-nos pelas ruas da zona velha, com as suas portas pintadas e cafés acolhedores.
Passeámos um pouco pela zona ribeirinha, pelo centro da cidade, visitámos alguns jardins da cidade, e tivemos ainda a sorte de apanhar o fim das decorações da Festa das Flores, que enchem a cidade de cor e alegria.
Antes de seguir para o aeroporto para voltar a casa, brindámos à viagem com mais uma poncha.
Dicas úteis para visitar a Madeira
- Aluga um carro. É a melhor forma de explorar a ilha, com liberdade para parar em todos os miradouros.
- Prepara-te para o clima. O tempo muda rápido — pode estar calor à beira-mar e frio intenso nas montanhas.
- Atenção na condução. As estradas têm vistas incríveis, mas são sinuosas e exigem bastante atenção.
- Experimenta a comida local. Lapas, bolo do caco, peixe-espada e poncha são obrigatórios.
- Leva calçado confortável. Mesmo que não faças grandes trilhos, há sempre caminhos com desníveis e pedra.
Se tiveres mais dias na Madeira…
Se tiveres tempo extra, há muito mais para descobrir:
- Levadas e trilhos: a Madeira é conhecida pelas suas Levadas e caminhadas lindíssimas, como a Levada do Furado ou a do Caldeirão Verde.
- Passeios de barco: para ver golfinhos e baleias.
- Outros miradouros e Localidades: como o Miradouro do Véu da Noiva, o Miradouro da Ponta do Rosto, Ribeira Brava, Curral das Freiras e tantos outros lugares.
- Jardim Tropical Monte Palace e o teleférico do Funchal, para vistas incríveis sobre a cidade, e depois descer nos famosos carrinhos de cesto.
Conclusão
Em apenas 4 dias, conseguimos ter uma boa amostra de tudo o que a Madeira tem para oferecer: o mar, as montanhas, os miradouros e a comida deliciosa.
É uma ilha pequena, mas cheia de contrastes e com muita coisa para explorar. É perfeita para quem gosta de natureza, boa gastronomia e viagens com ritmo tranquilo.
Se estás a planear visitar a Madeira em 4 dias, este roteiro é um ótimo ponto de partida — depois, é só adaptar ao teu ritmo e deixar-te levar pelo encanto da ilha.
 
 
 
 

